O comunicado do presidente da Vale, Fabio Schvartsman, onde ele apresenta o descomissionamento de barragens no sistema alteamento a montante causou grande preocupação, em especial nos trabalhadores da empresa Vale. André Viana, presidente do Metabase, explicou em tempo hábil (enviou áudio pelas redes sociais) que Itabira não terá sua unidade paralisada.
As barragens que se romperam em Mariana e Brumadinho, em 2015 e na semana passada, foram erguidas com a mesma técnica considerada obsoleta e de maior risco por especialistas.
No modelo de alteamento à montante, mais econômico, a construção de novas etapas da barragem é feita sobre os rejeitos depositados, na parte interna da estrutura. É o formato mais comum de depósitos de rejeitos na mineração.
Em Itabira, de acordo com o sindicalista, “as barragens não possuem essa técnica”.

A empresa Vale confirmou essa afirmação em seguida ao anúncio do presidente do Metabase Itabira por meio de nota: “…Para a realização das obras de descomissionamento das barragens a montante com segurança e agilidade, a Vale paralisará temporariamente a produção das unidades onde as estruturas estão localizadas, a saber: as operações de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e as operações de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopebas, incluindo também a paralisação das plantas de pelotização de Fábrica e Vargem Grande. As operações nas unidades paralisadas serão retomadas à medida que forem concluídos os descomissionamentos…” diz a nota.
O Metabase Itabira continuará informando todas as ações da empresa Vale que afetam a vida dos trabalhadores.
Fonte: Ascom/Metabase
Dados não oficiais sobre barragens em Itabira
Observando os dados técnicos de algumas barragens localizadas no município de Itabira, começando pelas mais volumosas:

01 – A Barragem Itabiruçu teve seu início de operação em 1981 e tem o volume 223 milhões de metros cúbicos de rejeitos depositados;
02 – A Barragem do Pontal teve seu início de operação em 1972 e tem o volume 220 milhões de metros cúbicos de rejeitos depositados;
03 – A Barragem da Conceição teve seu início de operação em 1977 e tem o volume 36 milhões de metros cúbicos de rejeitos depositados;
04 – A Barragem Santana teve seu início de operação em 1978 e tem o volume 16 milhões de metros cúbicos. Esta fica às margens da rodovia MGC-120, ligação de Itabira com Santa Maria de Itabira;
05 – A Barragem do Rio de Peixe teve seu início de operação em 1977 e tem o volume 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos depositados;
06 – A Barragem Dona Rita, sem dados;
07 – A Barragem Cumbucal 1 e 2 (Bairro Hamilton) e outras, sem dados.
Matérias relacionadas
Engenheiro preso ganhou prêmio por estudo no Itabiruçu
Vereador convida gerentes da Vale em Itabira para esclarecer sobre barragens
Civil prende engenheiros que prestaram serviço à Vale
Corpo de itabirano é localizado após desastre ambiental
60 mortos e 292 desaparecidos em Brumadinho
Ronaldo vai cobrar da Vale diagnostico das Barragens em Itabira
Brumadinho: Sirenes são acionadas durante a madrugada
Sindicato dos Vigilantes cobra da Vale e autoridades urgência em Brumadinho
Brumadinho ainda tem 299 pessoas desaparecidas
Rompimento de barragem em Brumadinho aumenta alerta em Itabira
Nota do Metabase sobre rompimento de barragem em Brumadinho